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segunda-feira, fevereiro 27, 2006

entrudemos
PARABÉNS MANUEL

Contigo aprendi coisas tão simples como
a forma de convívio com o meu cabelo ralo
e a diversa cor que há nos olhos das pessoas
Só tu me acompanhaste súbitos momentos
quando tudo ruía ao meu redor

Ruy Belo

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Marie floating over the backyard (eels) Image hosting by Photobucket
mais uma traduçao caseira da minha Sexton


"Gostas de mim?"
Perguntei ao blazer azul.
Sem resposta.
O silêncio saiu ruidosamente dos seus livros.
O silêncio caiu da sua língua
e sentou-se entre nós.
e obstruiu a minha garganta.
E trucidou a minha confiança.
Despedaçou cigarros para fora da minha boca.
Trocámos palavras cegas,
e eu não chorei,
e eu não implorei,
mas a escuridão encheu os meus ouvidos,
a escuridão atacou o meu coração,
e algo que tinha sido bom,
uma espécie de oxigénio bondoso,
Transformou-se em gás de forno.

"Gostas de mim?"
Que absurdo!
Que raio de pergunta é essa?
Que raio de silencio é esse?
E porque é que eu ando a rondar,
intrigada com o que é que o silêncio dele disse?


Anne Sexton


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quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Interrompemos a programação habitual para compromissos culturais



hoje em Coimbra é dia de Aurora

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Projecção do filme com apresentação da composição sonora original composta por Luís Pedro Madeira dos Belle Chase Hotel e interpretada ao vivo pela orquestra Láudano. no TAGV pelas 21.30


e amanhã no porto é dia de "aguasfurtadas"

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A "aguasfurtadas", revista de literatura, música e artes visuais, promove no dia 23 de Fevereiro, uma sessão de apresentação do seu mais recente número: o número 8. Esta sessão terá lugar na livraria "Sem Mais Nem Menos" (Rua Mártires da Liberdade, 130), no Porto, a partir das 22h00, e contará com a presença e participação de Ana Luísa Amaral, Rui Lage, José Carlos Tinoco, António Pedro Ribeiro entre outros. Para além de um pequeno concerto com o clarinetista João Pedro Santos que interpretará, entre outras, a peça de Rui Miguel Dias incluída no CD desta "aguasfurtadas" nº 8.

a programação segue dentro de umas horas

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Puppet On A String

I wonder if one day that, you'll say that, you care
If you say you love me madly, I'll gladly, be there
Like a puppet on a string

Love is just like a merry-go-round
With all the fun in the air
One day I'm feeling down on the ground
Then I'm up in the air
Are you leading me on?
Tomorrow will you be gone?

I wonder if one day that, you'll say that, you care
If you love me madly, I'll gladly, be there
Like a puppet on a string

I may win on the roundabout
Then I'll lose on the swings
In or out, there is never a doubt
Just who's pulling the strings
I'm all tied up to you
But where's it leading me to?

I wonder if one day that, you'll say that, you care
If you say you love me madly, I'll gladly, be there
Like a puppet on a string

I wonder if one day that, you'll say that, you care
If you say you love me madly, I'll gladly, be there
Like a puppet on a string

Like a puppet on a..... string

cantado pela Sandie Shaw

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segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Eis que volta a minha Pizarnik, em modo tradução caseira


Procurar
Não é um verbo, mas sim uma vertigem.
Não indica acção. Não quer dizer ir ao encontro de alguém mas sim jazer porque alguém não vem

Alejandra Pizarnik



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domingo, fevereiro 19, 2006

I'm nothin'.
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I'm nowhere.

sábado, fevereiro 18, 2006

There was some open space between what he knew and what he tried to believe, but nothing could be done about it, and if you can’t fix it you’ve got to stand it.

Anne Proulx

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sexta-feira, fevereiro 17, 2006

God, I wish I knew how to quit you!
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Tell you what. The truth is...sometimes I miss you so much I can hardly stand it.
mais uma traduçao caseira da lebre

História de amor

A pena para a deserção
É morte por um pelotão de execução

Poupo-te esse trabalho

junto envio uma pistola.
Carregada com apenas uma bala.
Aperta o gatilho uma vez.
Talvez nada aconteça.

Mas aperta uma segunda vez…
uma terceira…
Vês

Eu sei os jogos que tu gostas


Jim Carroll


quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Como posso eu amar-te, se nem sei
como à porta te chamam os vizinhos,
nem visitei a rua onde nasceste,
nem a tua memória confessei.
Que vaga rima me permite agora
desenhar-te de rosto e corpo inteiro
se só na tua pele é verdadeiro
o lume que na língua se demora...
Não deixes que te enganem os recados
na infernal gazeta publicados
que te dão já por escultura minha;
nocturno frankenstein, em vão soprei
trombas de criação, e foste tu
quem me criou a mim quando quiseste

António Franco Alexandre



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terça-feira, fevereiro 14, 2006

Where Do They Make Balloons?


Marmalade's from ScotlandRugs from Pakistan
Mexico has jumping beans
And cars are from Japan

Clowns are from the circusBarking comes from dogsEggs come from a chickenAnd log cabins come from logs

But where, where do they make balloons? (where)But where, where do they make balloons? (where)
New York has tall buildings
New Jersey has its mallsPisa has a leaning towerWill it ever fall?
The ocean has the fishesLondon has a towerIn Holland they have windmills,Lots of bikes, and pretty flowers

But where, where do they make balloons? (where)But where, where do they make balloons? (where)
Balloons (da, da, doodoodoodoo, da, da, doodoodoodoo)
Balloons (da, da, doodoodoodoo, da, da, doodoodoodoo)
Balloons (da, da, doodoodoodoo, da, da, doodoodoodoo)Balloons (da, da, doodoodoodoo, da, da, doodoodoodoo)
Spaghetti is from China (doo, doodoo, doodoodoodoo)But Italians make it best (doodoo, doodoodoodoo)
Ants can make an anthill (doodoo, doodoodoodoo)And monkeys make a mess (doodoo, doodoodoodoo)
Hungary isn't hungry (doodoo, doodoodoodoo)And french fries aren't from France (doodoo, doodoodoodoo)Turkeys aren't from Turkey (doodoo, doodoodoodoo)
They can't fly but they can dance (doodoo)
But where, where do they make balloons? (where)But where, where do they make balloons? (where)
But where, where do they make balloons? (where)
But where, where do they make balloons? (where)

They Might Be Giants

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segunda-feira, fevereiro 13, 2006


Tu já estavas prometido à tristeza
da cidade mais pequena, mas a noite
tinha passagens secretas, bastava seguir
os sinais.

A sombra de um réptil avançava muito fundo
nos teus estratos, tacteavas num território de pedras difíceis,
às vezes perigosas. Depois imergias e a boca estava
amarga outra vez, a roupa amontoada sobre a cadeira
como o princípio de um poema indesejado.
Reflectido nos teus olhos, o céu
era um lugar inabitável.

Rui Pires Cabral



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sábado, fevereiro 11, 2006

VIDRO

I

Quem vive
nas mansardas
tem:
a) o orvalho
mais cedo,
as mansas, árduas
gotas
de aguardente
nocturna
no cálice de vidro
[ou luz?]
que é o dia
e ergue-o
primeiro

II

que os vizinhos;
b) a madrugada
só para si
alguns instantes
antes
da luz
[ou o vidro?]
se partir
nas camadas inferiores
do prédio;
c) a chuva
mais perto
desse deserto
interior

III

de cada um;
d) o musgo, uma luva
que cinge
múltiplos dedos
argilosos,
ardilosos abismos
para insectos
na orografia
brusca
do telhado;
e) fulgores minúsculos
que acendem
a sílica incrustada
na argila, síli-

IV

cintilando
como um céu
de estrelas
diurnas
à flor das telhas:
a janela
reflecte-o [luz
de vidro para vidro]
e intensifica o dia
quando
nas camadas inferiores
do prédio
é ainda
noite.


Carlos de Oliveira



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sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Pré- Escrita

Esta Saudade
de te chamar pelo nome
Este receio
de te chamar pelo nome

Esta saudade
de manter a palavra
Este receio
de apenas manter a palavra

Esta saudade de uma vida
que não dê em poema
Este receio de um poema
que antecipe a vida.

Ulla Hahn


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quinta-feira, fevereiro 09, 2006

terça-feira, fevereiro 07, 2006

num sonho que talvez não seja
senão sono
uma porta fechada que talvez não seja
senão sombra
num quarto fechado que talvez não seja
senão um instante
uma cama que talvez não seja
senão um corpo

proponho-me a um tempo
onde as palavras talvez não sejam
senão versões de silêncio
finjo-te assim dito quando não te disse


eue



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sábado, fevereiro 04, 2006

para o Manuel o meu companheiro perfeito para "sentir" o México

Lembro-me que havia verdadeira magia num ambiente louco de marimbas e frenesim de charuto cubano quando atravessámos lentamente o Zócalo e nos sentámos em Los Portales, num dos bares onde se senta toda a gente em Veracruz, e aí bebemos algo inesquecível enquanto se sucediam, uns após outros, grupos musicais que acabavam por cantar-nos as obras completas (e outras histórias) de dom Agustin Lara. Quando se esgotou tão genial reportório, uma mulher que esperava a sua vez com singular paciência na mais recôndita das arcadas, aproximou-se com uma harpa gigantesca e, retesando as cordas como se fosse pura chuva e chipichipi, cantou a um ritmo endiabrado La Bamba. Bamba, la bamba, la bamba. Assombrados e ainda não refeitos de tanta velocidade, vimos um anão que, agitando uma sineta de bronze, sussurrava María Bonita em inglês. Um outro louco juntou-se à festa. Com um caracol do cabelo enrolado horizontalmente na testa e comatoso vozeirão, o louco gritou-me ao ouvido:
- E morro por voltar.
Nessa altura os meus olhos em los portales já eram um imenso zócalo de curiosidade domingueira e em breve uma festa total. Senti que o momento era único. Senti o que haviam sentido muitos outros antes de mim. Senti que não era original. “no fim de contas”, escreveu Pessoa, “a melhor maneira de viajar é sentir. Quanto mais sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas, quanto mais personalidades tenha, quanto mais intensa, estridentemente as tenha…”


Enrique Vila-Matas


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sexta-feira, fevereiro 03, 2006

You've Gotta Eat Your Spinach, Baby
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quinta-feira, fevereiro 02, 2006

CINCO MANIAS

Não descanso enquanto não sublinho um livro
Não consigo ter os livros arrumados senão em pilhas e ou estantes mais ou menos anárquicas
As tralhas antigas encantam-me (por tralha entenda-se música, anúncios, slogans e afins)
Só consigo adormecer com a porta do quarto fechada
Em certos cafés gosto de me sentar sempre na mesma mesa (a minha mesa)


queria muito saber as manias

da margaretinha
do fenix e da T
d'A Gerência
e da Jone

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

desde que te criei como um outro inverno
não fazemos mais do que noite numa
língua que ambos desconhecemos

uma história de mentiras
onde o frio se esconde
nas pausas

perdi-me
não sei se me segues pelas ruas
que inventaste para mim

há nas palavras um desabafo preso ao vento

por entre paredes onde desenhaste a dor
olhas-me
apesar do medo, não há sombras

em certos ângulos tu não existes

com esta revelação, calo-me
vejo as palavras que não podes prender
desaparecer no inverno.


eue


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