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sexta-feira, julho 29, 2011

Fá-la tímida e má o ter de viver duas vidas, uma de imaginação, outra de realidade. Por isso tem o olhar desvairado para dentro, de quem segue um sonho e anda neste mundo por acaso.





Raul Brandão




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quinta-feira, julho 28, 2011

felizes aqueles que a insónia não conhece





Al Berto





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quinta-feira, julho 21, 2011

Quando, daqui a umas horas, a manhã vier branca e fria, saberei eu andar ?
Lembrar-me-ei de como se põe um pé à frente do outro?
Sem cair....



Al Berto



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terça-feira, julho 19, 2011

O meu corpo, se bem que leve, é um peso que arrasto sem forças para tanto, um peso que me dói, além de me pesar e de me coagir a arrastá-lo. Desejaria não o sentir, como não sinto o ar que respiro, embora esteja envolvida nele e com ele. Queria deslocar o corpo sem esforço, tal como desloco fluidos, cheiros, poeira, quando caminho de qualquer lado para qualquer lado. Queria disponibilizar o corpo, guardá-lo bem fechado numa gaveta secreta e, quando precisasse, ia lá buscá-lo, trazia-o comigo e dizia-lhe: agora quero sentir-te, mostra-me lá como é , dá-me apetites e desejos que eu possa facilmente satisfazer, dá um prazer à alma que te habita(...). Eu desejaria enrolar-me no meu corpo, como se eu fosse seda e ele puro espírito.




Fernanda Botelho



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quinta-feira, julho 14, 2011

tradução caseira da lebre

a velhice é um disfarce com acrescentos inúteis. se os velhos parecem disfarçados, as crianças também. Essas idades têm falta de naturalidade. Ninguém aceita ser velho porque ninguém o sabe ser.



Silvina Ocampo



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terça-feira, julho 12, 2011

Um dia, um homem transformou-se em pássaro e
voou à volta da mulher que esperava que um
pássaro se transformasse em homem.




Nuno Júdice




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quinta-feira, julho 07, 2011

"Transforma-se o amador na coisa amada” é uma paneleirice. Gosto que eu seja eu e que tu sejas tu e ainda bem que eu não sou tu e que tu não és eu.




Adília Lopes



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quarta-feira, julho 06, 2011

há no teu perfil a cor das árvores
muito depois do silêncio espero
a criança que sabe o nome dos tons das folhas

por vezes invento esperas onde
sou a rapariga que desfaz o verde
em memórias

as palavras abrem-se à inocência
mas o tempo envelhece-as




maria sousa




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segunda-feira, julho 04, 2011

não se sai do abismo,
aprende-se a sua linguagem.




Vasco Gato




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