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terça-feira, junho 29, 2010

Vivendo, eu não representava para mim mesmo nenhuma imagem de mim. Porque tinha, então, de me ver naquele corpo, como uma imagem necessária de mim?
Imagem que estava ali, na minha frente, quase inexistente, como uma aparição. (…) E eu podia não me conhecer assim. E se por exemplo, nunca mais me visse a um espelho?





Luigi Pirandello





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sábado, junho 26, 2010

A menina dança?

Que se há-de dizer, quando um homem nos pede para dançar? Isso é que eu não vou, havemos de nos encontrar no inferno primeiro. Ora essa, muito obrigada, gostaria imenso, mas estou com as dores do parto. Oh, sim, dancemos juntos - é tão bom encontrar um homem que não tem medo de ser contagiado pelo meu tifo. Não. Não havia nada a fazer senão dizer: gosto imenso. Bem, vamos lá acabar com isto. Está bem, Cannonball, corramos por esses campos fora. Ganhaste a partida; guia tu.











Ui! Pelo amor de Deus, seu idiota, não dê pontapés. Ai, a minha canela, a minha pobre, pobre canela que sempre tive desde pequenina.








Quando te derem uma canelada, sorri.


Dorothy Parker




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quinta-feira, junho 24, 2010

Os estragos da noite foram vastos,
inversos ao pulsar da primavera:
há tempo em que se luta pelos gastos
rastos da vida e o tempo novo gera

desilusão somente, esse viscoso
correr da insónia como se já água
as lágrimas não fossem e no fosso
há pouco aberto qualquer outra água

de natureza opaca suspendesse
a sua interminável queda; voltas
por fim à noite espessa que já tece
a madrugada com as linhas soltas

da minha vida, versos que transformam
em realidade as sílabas que os formam





Gastão Cruz





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sexta-feira, junho 18, 2010

Uma ave agonizante
entrou-te no quarto,

apenas uma sombra
que se enlaça
noutra:

assim definiste
a memória,

a cidade
que se mineraliza
quando rodeias
essa sombra-ave

com os dedos
apavorados.





Luís Quintais





sexta-feira, junho 11, 2010

Estou com a idade pousada nas mãos.
Explico-me com dedicação aos berços fundos
onde cada coisa dorme o seu medo de morrer.

Há na tristeza um perigo de terminar:
o eterno outono parece belo
a quem perdeu todas as sementes.

Pergunta-se um nome e ninguém responde.
Onde fica essa ilha a que só chegamos por naufrágio?




Vasco Gato




quarta-feira, junho 09, 2010

Os nervos, essa rede quase hidrográfica através da qual todo o real nos vem desaguar na carne, tomam com frequência a configuração duma raiz que sub-repticiamente nos houvesse mergulhado na memória





Luís Miguel Nava





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sábado, junho 05, 2010

quarta-feira, junho 02, 2010

post patetolas do ano


a lebre faz hoje anos
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terça-feira, junho 01, 2010

tenho à minha guarda os textos mais belos produzidos pelo mundo - pelo menos é o que sinto - mas nunca consegui verter uma lágrima perante uma frase ou uma imagem, como também pouco consegui chorar por aquilo que se deve chorar. As lágrimas só me vêm aos olhos diante do kitsch - quando Ele a vê a Ela pela primeira vez em technicolor - diante de tudo o que foi pensado pela ralé do sentimentalismo piegas.





Cees Nooteboom




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