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quarta-feira, novembro 23, 2016

HEART ATTACK AND VINE (TOM WAITS)

(Para a Maria Sousa)

Caminhar cansa, mais vale
Ficar sentado a gerir os efeitos
Das lágrimas nas palavras
Ainda líquidas. Mais vale a
Caneta a atravessar o fumo
E a mansidão dos sabores.

Ir a pé arrasa com o fôlego, deixa
Os olhos fixos na calçada, sem
Vontade das montras. Se ouvíssemos
Apenas os sons do bilhar na sala
Ao lado, talvez a cerveja
Não nos caísse tão mal, talvez

O sono passasse e quiséssemos
Antes bailar ao som dos mais belos
Êxitos dos anos ‘80 ou coisa que o valha.
As metáforas são para quem
As não entende (o que faz um ás de espadas
preso ao fio do telefone?). Quem sabe

Onde fica Cahuenga, como lá chegar?
É claro que cansa e só não o sabem
Os que nunca pediram a Deus
O dom da descrença. Levanta a mão
E pede mais duas ou três das que fazem
A demora apurar a rouquidão.



Rui Almeida



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sexta-feira, novembro 18, 2016


Breve

Pai: protejo-te enquanto figura que me
empurrava nos baloiços quando era pequeno
e escrevo-te um texto que saiba a saudades
como se tivesses morrido ontem e eu não
tivesse dado conta.


Pedro Tiago



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quarta-feira, novembro 09, 2016

A propósito de grandes épocas, vem-me à lembrança uma frase, que aliás o senhor conhece:

a história dá lições, mas não tem alunos.

Ingeborg Bachmann

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sábado, novembro 05, 2016

FORTRESS OF SOLITUDE



deixarias a chave no hall sem nunca mais te preocupares em teres um local secreto. imagina o sono. o acordar. usaria a chave para pequenas habilidades quotidianas. sempre seguros, nunca mais alerta. o mundo em implosão lá fora. mas a gaveta verde fechada com livros de petrologia. e a vida perigosa apenas nas arestas. imagina o relógio. a balança. o sono. os caminhos já não serem estreitos.




Sandra Andrade




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