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quarta-feira, abril 30, 2008

como se tudo em mim fosse
um parágrafo do tamanho da noite

não me transformo em sono
e a memória é palpável

da insónia resta um lento
nascimento de olhos abertos




maria sousa



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terça-feira, abril 29, 2008

À entrada da (…) alma um letreiro exausto batia: vende-se, aluga-se, oferece-se.




João Luís Barreto Guimarães




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segunda-feira, abril 28, 2008

cintura

Deixo-te ir, dizendo palavras inabitadas, tenebrosas. Sou caruma, vento violento, borboleta esvaziada pela malignidade. Procuro, em minha perplexidade de asa, um outro coração. Na avidez do golpe, caminho com água pela cintura. Desapareço.



Ana Marques Gastão



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sexta-feira, abril 25, 2008

25 de Abril, Sempre!


terça-feira, abril 22, 2008

Onde está a madrugada está a revelação de um vidro interior.
Então tu fechas e abres os olhos. Então tu pensas: os dedos
como flores carnívoras.



Vasco Gato



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quem foi a besta quadrada que fez isto?

(sim,quando fazem mal a pessoas que eu adoro, salta-me a tampa)

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tradução caseira da lebre


eu uno-me ao silêncio
eu uni-me ao silêncio
e eu deixo-me fazer
deixo-me beber
deixo-me dizer




Alejandra Pizarnik




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obrigada martinha

domingo, abril 20, 2008

Let Go
let go slow down you’re holding fast.let go move on you’re holding still

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sexta-feira, abril 18, 2008

quarta-feira, abril 16, 2008

Só a ti fiquei fiel
tanto, até quando?
E todavia não és o meu centro talvez o meu canto:
uma das rugas do rosto quando o mostro
uma das linhas da palma quando a estendo
entre o doce e o amargo o travo
entre o que sou e o que devenho o traço
de união



Teresa Balté



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terça-feira, abril 15, 2008

tradução caseira da lebre


(...)
Sou rainha de todos os meus
pecados esquecidos. Ainda estou perdida?
Em tempos fui bonita. Agora sou eu própria



Anne Sexton



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segunda-feira, abril 14, 2008

sábado, abril 12, 2008

Marie floating over the backyardPhotobucket

sexta-feira, abril 11, 2008

ela tem medo de não saber nomear o que não existe



alejandra pizarnik



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quinta-feira, abril 10, 2008

O passado não tem sítio, a única vantagem do passado é não existir em lado algum.



Dulce Maria Cardoso



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quarta-feira, abril 09, 2008

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sábado, abril 05, 2008

Pick up the phone and answer me at last.Photobucket


Today I will step out of your past.

sexta-feira, abril 04, 2008

Tudo desde sempre.Nunca outra coisa.Nunca ter tentado.Nunca ter falhado.Não importa.Tentar outra vez. Falhar outra vez. Falhar melhor.


Samuel Beckett



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quinta-feira, abril 03, 2008

Opressão


O meu coração está carregado, carregado.

Vou até à varanda, os meus dedos afagam
a pele tensa da noite.
As luzes da comunicação apagaram-se,
as luzes da comunicação apagaram-se.

Ninguém me levará ao sol
ou me apresentará o carnaval dos pardais.


Relembra o voo:
o pássaro em si é mortal.




Forugh Farrokhzad



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quarta-feira, abril 02, 2008

tradução caseira da lebre


ser sonhadora na sua camisa azul
que ama a terra estranha
ou atrever-me como a naufraga
que volta ao mar
porque ninguém se alegra
com a sua salvação



Alejandra Pizarnik



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terça-feira, abril 01, 2008

O primeiro número da revista literária Criatura já está impresso.


Participam no primeiro número os seguintes autores:

Ana Aleixo Lopes
Ana M. P. Antunes
António Ramos Pereira
Beatriz Hierro Lopes
Cláudia Santos Silva
David Teles Pereira
Diogo Vaz Pinto
José Carlos Barros
Maria Sousa
Marta Caldeira
Marta Chaves
Nuno Araújo
Rita Branco Jardim
Sara F. Costa
Susana Almeida

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“ Há magia no amor e nos sorrisos. Usem-nos todos os dias, em tudo o que fizeram, e verão as coisas maravilhas que acontecem”, costumava dizer a Coruja Castanha a ler do seu livrinho. Eu acreditara naquele slogan; acreditara que a ausência de coisas maravilhosas a acontecerem se devia ao meu próprio fracasso, ao meu insuficiente amor. Agora parecia-me que se podia substituir “amor” nesta máxima pelo nome de um verniz de móveis sem violar de forma alguma o seu significado. O amor era apenas um utensílio; os sorrisos eram outros tantos utensílios, eram apenas utensílios para se atingirem determinados objectivos. Não era magia, apenas química. Senti que de facto nunca amara ninguém, nem Paul, nem Chuck, o Porco-Espinho-Real, nem mesmo Arthur . Envernizara-os com o meu amor e esperara que brilhassem tanto que reflectissem a minha própria imagem, aumentada e cintilante.



Margareth Atwood



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