As crianças, na rua, preparam
a morte, pisam as folhas
do acaso. Quem as olhará, neste
momento parado na praça das Flores?
Benilde, ao balcão, diz que é uma flor,
talvez a última. Mas as canções,
na rádio, desmentem qualquer sorriso
e banalizam em língua portuguesa
o milagre sem voz do amor.
Não me venham dizer que existo.
Manuel de Freitas