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sexta-feira, abril 27, 2007

You can dance, you can jive, having the time of your life
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See that girl, watch that scene, dig in the dancing queen
(...)
tudo o que a minha boca recorda foi apagado da memória de outra boca;
alojou-se no nosso abraço a cinza, precipitou-se em nós a distância
e sou como a sobrevivente de Pompeia
separada por séculos do amante sepultado na pedra

(...)


Olga Orozco


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quinta-feira, abril 26, 2007

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quarta-feira, abril 25, 2007

25 abril sempre

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Mastigo o pó de todos os cravos que me deste,
quero-os sempre vermelhos ao rés da boca.


Rosa Alice Branco

segunda-feira, abril 23, 2007

Raio de Sol na ombreira da porta,
na trave da cadeira, vindo da gelosia,
peço-te para amanhã voltares
mais arqueado pela esfericidade da Terra,
um raio não decididamente recto
cravado no meu tórax côncavo,
mas no meu coração curvo como um globo



Fiama Hasse Pais Brandão



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sábado, abril 21, 2007

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sexta-feira, abril 20, 2007

Nada mudou. Ao fim de tantos anos, o meu
passado é ainda o mesmo passado - nenhum
rosto diferente para desviar o rio da memória,
nenhum nome depois. Para te esquecer,

devia ter partido há muito tempo, como viajam
as aves de verão em verão. E tentei; mas as malas
abertas sobre a cama eram livros abertos, e eu
nunca fechei um livro antes do fim. Por ter

ficado, nada mudou jamais - e o meu passado é
ainda o nosso passado; e o rosto que tinha antes
de me deixares é o que o espelho me devolve no
presente...




Maria do Rosário Pedreira



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quinta-feira, abril 19, 2007

Ela disse: Sou uma cidade esquecida.
Ele disse: Sou um rio.

Ficaram em silêncio à janela
cada um à sua janela
olhando a sua cidade, o seu rio.

Ela disse: Não sou exactamente uma cidade.
Uma cidade é diferente de uma cidade
esquecida.

Ele disse: Sou um rio exacto.

Agora na varanda
cada um na sua varanda
pedindo: Um pouco de ar entre nós.

Ela disse: Escrevo palavras nos muros que pensam em ti.
Ele disse: Eu corro.

De telefone preso entre o rosto e o ombro
para que ao menos se libertassem as mãos
cada um com as suas mãos libertas.
Ela temeu o adeus, disse: Sou uma cidade esquecida.
Ele riu.



Filipa Leal



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terça-feira, abril 17, 2007

Pillow Book



I like the smell of paper - all kinds. It reminds me of the scent of skin.

Go on. Use my body like the pages of a book. Of your book

sábado, abril 14, 2007

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sexta-feira, abril 13, 2007

Eu tenho raiva à ternura. Eu tenho raiva de ter raiva à ternura. Eu tenho a doença da ternura por ter raiva. Eu tenho tudo excepto a ternura. Eu não tenho ternura e sofro de inveja de quem tem ternura. eu já só tenho raiva.



Manuel Cintra



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quinta-feira, abril 12, 2007

só o verde fala neste tempo de silêncio
somos gastos pelos ruídos do lado de fora das árvores
espera, pensei em folhas e a primavera explodiu-me na boca



Maria Sousa



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quarta-feira, abril 11, 2007

Quero falar-te deste amor, como de um vento
amordaçado na camisa; uma febre de verão
que o mercúrio não acha; um telhado esmagado
pela ideia da chuva. Quero dizer-te

que sobre ele pairaram sempre brumas e nevoeiros
e profecias de temporais maiores, como os que levam
para longe os corpos dos navios. Não há notícias

deste amor; apenas uma intriga, um recado sonâmbulo,
um temor que desmaia as pregas do vestido e um sortilégio
urdido nas paisagens suspensas de um mapa que aperto
na mão sem desdobrar. E há memórias

deste amor? A voz sem as palavras, um livro lido
às escuras, um bilhete cifrado deixado num hotel,
um velho calendário cheio de desencontros? Não,
nao há memória deste amor.


Maria do Rosário Pedreira


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terça-feira, abril 10, 2007

Sempre acontece sempre
em repetição nada serena
faço e desfaço um pouco
em lixo e rasteiro o poema

que te envio. A ti primeiro.
Depois aquela parte
que não digo por pudor.
Isto é arte, apenas arte

apenas ódio, ou amor?
Já não distingo - ao que se chega!
um verso maior de um menor

alguns perfeitos. Que pena!
diz-me a voz interior
rasgo-os, levo-os à cena?


Helga Moreira



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quinta-feira, abril 05, 2007

Spring brings the rain, with winter comes pain, every season has an end.
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quarta-feira, abril 04, 2007

Exasperava-se à míngua de frutos. As abelhas, porém, enamoravam-se pelo perfume das suas flores.


Mário Rui de Oliveira


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E depois? depois, morreram as vacas e ficaram os bois


(momento narcisista da lebre)

terça-feira, abril 03, 2007

Diluída no quotidiano
fujo tão lentamente que
parece que fico


Miriam Reyes


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