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quinta-feira, abril 19, 2007

Ela disse: Sou uma cidade esquecida.
Ele disse: Sou um rio.

Ficaram em silêncio à janela
cada um à sua janela
olhando a sua cidade, o seu rio.

Ela disse: Não sou exactamente uma cidade.
Uma cidade é diferente de uma cidade
esquecida.

Ele disse: Sou um rio exacto.

Agora na varanda
cada um na sua varanda
pedindo: Um pouco de ar entre nós.

Ela disse: Escrevo palavras nos muros que pensam em ti.
Ele disse: Eu corro.

De telefone preso entre o rosto e o ombro
para que ao menos se libertassem as mãos
cada um com as suas mãos libertas.
Ela temeu o adeus, disse: Sou uma cidade esquecida.
Ele riu.



Filipa Leal



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4 Comments:

Blogger gi said...

um dos poemas que mais me emocionaram nos últimos tempos.
]beating hearts feel alike?[
flores para ti.

19/4/07 11:53  
Blogger Menina Limão said...

lebre, lebre, ai, esse é o poema mais parecido com A Voz Humana que eu já li! o livro é-me doloroso, como sabes...inevitável este aperto no peito.

vou colar este post na testa. ou antes, vou colá-lo na língua, preso por um cordel ao coração.

(aliás, vou fazer melhor. até já)

19/4/07 17:18  
Blogger lebredoarrozal said...

este poema é fabuloso:)

sim,menina linda, eu sei, tb me lembra mto o voz humana...e o telephone call da dorothy parker.

20/4/07 02:39  
Blogger dora said...

lindíssimo
(obrigada, não conhecia )

25/4/07 03:18  

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