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quarta-feira, abril 11, 2007

Quero falar-te deste amor, como de um vento
amordaçado na camisa; uma febre de verão
que o mercúrio não acha; um telhado esmagado
pela ideia da chuva. Quero dizer-te

que sobre ele pairaram sempre brumas e nevoeiros
e profecias de temporais maiores, como os que levam
para longe os corpos dos navios. Não há notícias

deste amor; apenas uma intriga, um recado sonâmbulo,
um temor que desmaia as pregas do vestido e um sortilégio
urdido nas paisagens suspensas de um mapa que aperto
na mão sem desdobrar. E há memórias

deste amor? A voz sem as palavras, um livro lido
às escuras, um bilhete cifrado deixado num hotel,
um velho calendário cheio de desencontros? Não,
nao há memória deste amor.


Maria do Rosário Pedreira


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5 Comments:

Blogger Silvia Chueire said...

Uma delícia ler este seu blog. Os poemas, as imagens, ouvir a música. Muito bom.

Abraços,

Silvia

11/4/07 07:42  
Blogger Inês Leitão said...

a really nice place to be :)

11/4/07 15:09  
Blogger Menina Limão said...

(...)

um telhado esmagado pela ideia da chuva

(...)

(é por isto, é por isto que eu dizia que)

11/4/07 22:52  
Blogger lebredoarrozal said...

obrigada:) (lebre em modo corado e sem jeito)


ó limãozinho, tu dizias que..?

12/4/07 02:32  
Blogger Menina Limão said...

(que a maria do rosário é)

12/4/07 03:36  

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