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quarta-feira, janeiro 24, 2018

A noite explode-me nas mãos
em lantejoulas vermelhas do vestido
que a minha solidão usa neste quarto
— só existo quando olhas para mim
mas insistes em desarmar-me de olhos vendados.

Assumimo-nos como carrascos de uma mansidão letal
e o mundo lá fora prossegue na sua melancolia habitual
enquanto tu consolas o meu medo com as tuas mãos milenares

sabendo que é por esses dedos que a noite se mata
e a luz da manhã cega um pouco menos.



Leonor Castro Nunes & Marcos Foz



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