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quarta-feira, janeiro 24, 2018

A noite explode-me nas mãos
em lantejoulas vermelhas do vestido
que a minha solidão usa neste quarto
— só existo quando olhas para mim
mas insistes em desarmar-me de olhos vendados.

Assumimo-nos como carrascos de uma mansidão letal
e o mundo lá fora prossegue na sua melancolia habitual
enquanto tu consolas o meu medo com as tuas mãos milenares

sabendo que é por esses dedos que a noite se mata
e a luz da manhã cega um pouco menos.



Leonor Castro Nunes & Marcos Foz



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quarta-feira, janeiro 17, 2018

Há dias que atravessamos deitados numa cama demasiado ampla para um só sonhador, completamente despertos, de rosto confundido entre os cobertores, de corpo engessado, de futuro fracturado. Dói-nos tudo, tudo e mais alguma coisa, mas se nos perguntassem, responderíamos “nada em particular”. E é verdade


Bénédicte Houart




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