A solidão é feita de regressos:
Levamos a vida a afastar da morte quem amamos. Mas somos quase sempre derrotados, porque os gestos que afastam já estão carregados de morte.
O que há em mim que não quer? Todos os meus caminhos não quiseram. Nem desvios foram. De um momento para o outro, chega-se. Ao lugar onde cada passo tem a decisão de uma queda. Escorpiões vão de duna em duna. Por um engano.
Hoje, não consigo recompor o teu rosto, e, se nitidamente te imagino, não és bem tu mas uma qualquer fotografia tua. Hoje, a tua fotografia apropriou-se de ti: deve ser assim que se começa a morrer. Quando à nossa volta um corpo desaparece nos sinais da sua passagem.
Rui Nunes
Levamos a vida a afastar da morte quem amamos. Mas somos quase sempre derrotados, porque os gestos que afastam já estão carregados de morte.
O que há em mim que não quer? Todos os meus caminhos não quiseram. Nem desvios foram. De um momento para o outro, chega-se. Ao lugar onde cada passo tem a decisão de uma queda. Escorpiões vão de duna em duna. Por um engano.
Hoje, não consigo recompor o teu rosto, e, se nitidamente te imagino, não és bem tu mas uma qualquer fotografia tua. Hoje, a tua fotografia apropriou-se de ti: deve ser assim que se começa a morrer. Quando à nossa volta um corpo desaparece nos sinais da sua passagem.
Rui Nunes
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