um dia, meu amor, gastei o corpo contra a memória da casa, as mãos vieram ocas pelos dias que perdia ou a sombra me encostou o corpo contra a pedra, meu amor, onde parti os dedos como louças entre os dias, minhas agulhas foram o que cansei dos ossos, o meu amor, quero-lhe mal, desfaço o coração. se largo tristeza ou puro fio o dia escurece a casa, a cal seca na parede, se trago, meu amor, o corpo que partiu, digo-te: se amanhã fosses silêncio, ardor ou despedida, todos os nomes de deus trariam o osso à casa. onde rebento de fogo prendo animais fundos ao ventre, se a memória fosse só a cal amarga de um dia, meu amor.
Alexandre Nave
Alexandre Nave
1 Comments:
bonito, bonito. até dói.
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