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quarta-feira, novembro 25, 2009

Sentados no carro numa fila,
com o rádio ligado, gases de escape
e música, uma canção ele diz
que acha bonita, sobre
violinos em fogo e uma dança que continua
até ao fim do amor.
Não pela canção mas pelo que ele diz
ela não consegue olhá-lo.
Agora há no carro uma coisa a mais:
música e gases de escape e embaraço.
Embaraço porque a dança
até ao fim do amor dura tempo de mais,
entra demais no passado
e no futuro, a alma
salta-lhe do peito, de repente tão desamparada,
ela diz apenas: «Sentimental».
Sim, diz ele, sentimental.
Ela nunca saberá se ele sabe
como ela sentiu essa palavra.
Ele nunca saberá o que ela
entendeu, até que ponto,
ela nunca saberá que ele
entendeu que ela entendeu
o que o transiu de repente, só se
alguém, talvez um historiador,
reconstituir mais tarde exactamente o que sentiam
as pessoas com rádios a tocar nas filas.




Judith Herzberg




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1 Comments:

Blogger Cachecol do Pintor said...

fantástico..dancing to the end of love..

25/11/09 21:17  

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