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sexta-feira, setembro 04, 2009

Podemos ficar sentados a noite inteira
à espera de um sinal que nunca chega,
podemos num desespero sem nome perder
o gosto de tudo, enquanto o eu permanece
brilhante, estupidamente brilhante,
a sussurrar-nos ao ouvido a desgraça;
podemos, numa lufa-lufa, ir de filme
em filme, de livro em livro, como quem
sem terra procura uma casa, um lugar
a que possa chamar seu, onde tenha os seus
pertences e tempo para rir e tempo para
se aborrecer. Podemos ter pena de nós próprios,
podemos viver.





Carlos Bessa




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5 Comments:

Anonymous acoldzero said...

este vermelho é o mesmo que puseste à uns tempos? é que da outra vez lembro-me que estranhei imenso, mas desta vez soube-me mesmo mesmo bem!

4/9/09 01:53  
Blogger margarete said...

gostei muito do poema e não sabia que tinhas saudades do alice a vermelho :)***

4/9/09 15:47  
Blogger margarete said...

erm

"tinhas" era "tinha" (as in euzinha, moi même)

4/9/09 15:48  
Blogger Menina Limão said...

oh, estou tão contente com o regresso do vermelho! fazia-me falta. bela surpresa.

5/9/09 04:44  
Blogger Frioleiras said...

outside/inside...............

5/9/09 20:54  

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