tradução caseira da lebre
Quem fala do amor? Eu tenho frio
e quero ser Dezembro
Quero chegar a um bosque apenas sensível,
até à maquinaria do coração sem saldo.
Eu quero ser Dezembro
Dormir,
na noite sem vida,
na vida sem sonhos,
nos tranquilizados sonhos que desaguam,
no rio do esquecimento.
Há cidades que são fotografias
nocturnas de cidades.
Eu quero ser Dezembro.
Para viver ao norte de um amor que aconteceu
debaixo do beijo sem lábios de já há muito tempo,
eu quero ser Dezembro.
Como o cadáver branco dos rios,
como os minerais do Inverno.
Eu quero ser Dezembro
Luis García Montero
Quem fala do amor? Eu tenho frio
e quero ser Dezembro
Quero chegar a um bosque apenas sensível,
até à maquinaria do coração sem saldo.
Eu quero ser Dezembro
Dormir,
na noite sem vida,
na vida sem sonhos,
nos tranquilizados sonhos que desaguam,
no rio do esquecimento.
Há cidades que são fotografias
nocturnas de cidades.
Eu quero ser Dezembro.
Para viver ao norte de um amor que aconteceu
debaixo do beijo sem lábios de já há muito tempo,
eu quero ser Dezembro.
Como o cadáver branco dos rios,
como os minerais do Inverno.
Eu quero ser Dezembro
Luis García Montero
Etiquetas: tradução caseira da lebre
4 Comments:
primeira imagem do Alice ambígua no género?
acho que sou eu um bocadinho. um bocadinho muito. eu sou inverno. e ser inverno é ser dezembro, não só mas também. (eu sou mais Novembro.. mas, ) gosto, e faço minhas as palavras da menina limão (ainda que não seja um leitor do Alice à taaaanto tempo assim..)
é um poema imensamento belo e triste. bate fundo esse anseio de ser o que nunca poderemos ser - ainda quando desejamos ser apenas um abandono branco e gelado.
já não vinha aqui há algum tempo. sempre demasiado tempo para a beleza que aqui encontro. este poema foi das melhores coisas que já li. fez-se dezembro cá dentro.
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