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quarta-feira, novembro 19, 2008

tradução caseira da lebre



Esta é a chave para isso.
Esta é a chave para tudo.
Preciosamente

Sou pior que os filhos do couteiro
a apanhar pó e pão.
Aqui estou eu a tamborilar perfume.

Deixa-me afundar na tua carpete,
o teu colchão de palha. O que quer que esteja à mão
porque a criança em mim está a morrer, a morrer.

Não é que eu seja gado para ser comido.
Não é que eu seja uma espécie de rua.
Mas as tuas mãos encontraram-me como um arquitecto.

Jarro cheio de leite! Foi teu há anos
quando eu vivia no vale dos meus ossos,
ossos mudos no pântano. Pequenas-coisa-de-brincar

Talvez um xilofone com pele
estranhamente esticada sobre ele.
Só mais tarde se tornou algo real.

Depois comparei o meu tamanho com o das estrelas de cinema
Eu não estava à altura. Algo estava entre
os meus ombros. Mas nunca o suficiente.

Claro, havia um prado,
mas nenhuns jovens a cantar a verdade.
Nada por onde dizer a verdade.

Ignorante de homens estou ao lado das minhas irmãs
E erguendo-me das cinzas eu gritei
O meu sexo será trespassado.

Agora sou a tua mãe, a tua filha,
a tua coisa nova em folha – um caracol, um ninho
Estou viva quando os teus dedos estão

Uso seda- a coberta para ser descoberta -
Porque seda é aquilo em que quero que penses.
Mas eu não gosto do tecido – é demasiado austero

Por isso, diz-me algo mas segue-me como um alpinista
porque aqui está o olho, aqui está a jóia,
aqui está a excitação que o mamilo aprende

Eu sou desequilibrada – mas não sou louca com neve.
sou louca da mesma maneira que as jovens são loucas
com uma oferta, uma oferta…

Ardo como o dinheiro arde




Anne Sexton



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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

inspiro.
suspiro. (sustenho)
respiro. (ou pelo menos tento)



queres matar uma pessoa de ataque anafilático? acho que vou pedir uns dias de baixa para recuperar deste!!! *

19/11/08 14:35  
Blogger lebredoarrozal said...

:) é um dos meus poemas preferidos da sexton:)

20/11/08 21:29  

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