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quarta-feira, novembro 15, 2006

O meu corpo nu está aqui
e não noutro lugar.
Passa e verás o que está
sob o esmalte dos dentes.
Passa e verás.

A minha cara não é a minha cara.
A pequenina menina sem nome
a boneca com lágrima.
Por favor por favor por favor
Leva-me a casa.
Por favor por favor
brinca comigo.

A autómata protege-me
Com o seu corpo de miúda bonita de goma homologada.
Tão doce, tão doce a perfeito
no seu ventre vazio soa o mar.

As pessoas adoram isso.
Adoram a concha sob a qual o caranguejo ermitão sobrevive.
As pessoas preferem as conchas, levam-nas para casa
encostam-nas ao ouvido
escutam-nas.


Miriam Reyes


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