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quinta-feira, agosto 24, 2006

Viver, entretanto, é ver, ir vendo
e também ver inclui dormir
sem que nada se desfaça ou exclua
no interior dos sonhos.

Pensemos no comércio de viver: passagem dos navios
quando, a passar, se retém a espessa
água do tempo, da tempestade.

Um comércio, apenas - desvio da moeda
da trajectória do ouro
para o papel.

Sempre viver incluiu andar percorrer voar
de avião ou com os braços ou num ser de mais
rodas que nos conduza
a outro sentido ambulatório.


Luiza Neto Jorge


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2 Comments:

Blogger Ricardo António Alves said...

Perfeito.

24/8/06 16:20  
Blogger dama said...

Grande poema, grande imagem.

26/8/06 01:36  

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