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quinta-feira, julho 27, 2006

perto do fim ver-se-ão ao fundo luzes a atravessar a noite.
só isso.
deixar-te-ei onde as palavras são só tuas

agora,
agora pouso o cigarro e sinto-te extenuado à procura de pretextos para falar.
parece-te natural?
tudo me parece tão pouco e escondida entre instantes com a boca a saber a noite

(há restos de ti nas palavras que me povoam)

demoro os dedos na chávena de café, bebido como todos os dias
e escolho a cor das primeiras palavras a sorrir timidamente


Maria Sousa


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1 Comments:

Blogger [m.m. botelho] said...

Tudo no meu olhar é um grito
marca de um jogo de espelhos polido
pelas lágrimas.

Tenho-te no avesso das pálpebras

e quando o lado sombrio dos olhos
alcança ausências
por instantes, todas as coisas se anunciam
como noite.


A primeira parte, não é?... :)

Dizer que este exercício de palavras está muito bom é uma redundância, mas que seja.

Um abraço.

27/7/06 19:45  

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