nas horas em que as mãos insistem em ter frio
está no meio da casa
com os dedos a recortar o ar
o calor por vezes não passa de um cigarro perdido no vazio
é sempre tarde para conhecer todas as palavras que abandonam a pele
nada habita o que só a mulher repete
talvez o tempo seja este espaço a
esfregar os olhos
quando as palavras contornam as sombras
fechar os olhos ao deixado para trás
apetece-lhe dizer: estou aqui
a tentar brincar com fósforos
a retirar saudade do que da chama queima
sem me queimar
Maria
está no meio da casa
com os dedos a recortar o ar
o calor por vezes não passa de um cigarro perdido no vazio
é sempre tarde para conhecer todas as palavras que abandonam a pele
nada habita o que só a mulher repete
talvez o tempo seja este espaço a
esfregar os olhos
quando as palavras contornam as sombras
fechar os olhos ao deixado para trás
apetece-lhe dizer: estou aqui
a tentar brincar com fósforos
a retirar saudade do que da chama queima
sem me queimar
Maria
6 Comments:
Obrigada pela partilha.
ah fadista!
«o calor por vezes não passa de um cigarro perdido no vazio
é sempre tarde para conhecer todas as palavras que abandonam a pele
nada habita o que só a mulher repete
talvez o tempo seja este espaço a
esfregar os olhos»
o poema é todo bonito, gostei especialmente desta parte :)
Maria :)
o calor por vezes não passa de um cigarro perdido no vazio.
ouch. :/
gosto muito dos teus poemas, Maria. este é lindo, fica guardado à sombra :)
Muito estranho! Já tinha deixado um comentário mas desapareceu :(
Dizia que a minha frase preferido de um poema todo ele bom era esta:
«é sempre tarde para conhecer todas as palavras que abandonam a pele». Espantosa!
Bjs
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