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sexta-feira, março 03, 2006

a mulher que sonha esquece-se do riso
cresce como as chuvas:
de mãos estendidas para as lágrimas

ganha o gosto amargo da memória
palavras que se aprendem na primeira
cor depois da noite

faz da realidade o salto para a insónia
sabe que a memória são arvores com a raiz exposta ao vento
e de novo leva nos braços o silêncio


eue


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10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Lindíssimo...e uma lufada de ar fresco este teu espaço, os meus passos andarão por aqui...

3/3/06 01:05  
Anonymous Anónimo said...

Não concordo! A questão é saber quando se pode sonhar. Por vezes a realidade exige-nos demasiada atenção e não nos permite sonhar. São as regras sociais, ingloriamente, diga-se, e ainda bem,que juntam o sonho a algo menos nobre, quando a meu ver, é uma atitude tão nobre como a de contemplar um facto real feliz. Quem não é capaz de sonhar, não é alegre, nem feliz. Por exemplo, apetece-me ler um poema a A., aqui no teu espaço Alice, da Sophia M.B. Andresen,assim:

«Eras o primeiro dia inteiro e puro
banhando os horizontes de louvor.

Eras o espírito a falar em cada linha
Eras a madrugada em flor
Entre a brisa marinha.
Eras uma vela bebendo o vento dos espaços
Eras o gesto luminoso de dois braços
Abertos sem limite.
Eras a pureza e a força do mar
Eras o conhecimento pelo amor.

Sonho e presença
de uma vida florindo
Possuída e suspensa.

Eras a medida suprema, o cânon eterno
Erguido puro, perfeito e harmonioso
No coração da vida e para além da vida
No coração dos ritmos secretos.»

E agora quero de novo deixá-lo a A., substituindo a palavra 'eras' por 'és', e embora não esteja a sonhar - faço-o numa postura real e séria -, ao proferir a minha intenção sonhei e sorri.

Gosto do sonho. As coisas duras que acontecem, têm que acontecer - vejo-as assim, naturalmente. São estes acontecimentos mais difíceis que aclaram a nossa atitude(praxis), real, perante as coisas e, permitindo-nos um melhor conhecimento de nós próprios, desenvolvem a nossa maior capacidade de sonha. Maria

3/3/06 01:22  
Anonymous Anónimo said...

a ultima palavra no último comentário 'sonha' é 'sonhar'

3/3/06 01:25  
Blogger dama said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

3/3/06 11:35  
Blogger dama said...

Muito obrigada. Se me permites uma sugestão, eu tirava o "exposta" no último verso. Ficava mais fluido, à Shophia (embora a Sophia, pelo menos aparentemente, não entrasse nessas questões do género do sonho das mulheres). Iniciámos o dossier Plath. Queres ir espreitar?

3/3/06 13:46  
Blogger João Villalobos said...

Ena pá! Assim estás convidada para a nossa equipa. O poema é mesmo muito bom (e precisamos de cumprir quotas ;)
Parabéns. Concordo com a dama (bem observado). Ficará então intocável. Bravo!!

3/3/06 19:29  
Anonymous Anónimo said...

muito bom, lebre.
boa dica, dama.

3/3/06 19:43  
Blogger Maria Carvalhosa said...

Olá Lebre,
Tal como sabemos, "há mais marias na terra". Sem qualquer desprimor para com as minhas homónimas, não gosto de ser confundida. Só para que conste, a Maria que assina um comentário acima é outra, que não esta que, para se diferenciar, tem sempre associado a qualquer comentário uma rosa-chá (e sem espinhos!?)
Beijos e parabéns. Gosto muito do que o teu eue escreve.

4/3/06 14:22  
Blogger Miguel Maria de Chapeleiro Maluco said...

Por um estranho pudor, ia enviar-te por email a sugestão feita pela "dama". Assim, fica a minha concordância.

De resto...well, you know.

4/3/06 19:10  
Blogger lebredoarrozal said...

Estou sem palavras:)
Obrigada, tanto pelas criticas, pelos elogios e também pela sugestão
:)

4/3/06 19:34  

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