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domingo, março 05, 2006

Ah, não mais ter a consciência de ser, como uma pedra, como uma planta! Não recordar sequer o nome! Estendidos na erva, com as mãos cruzadas na nuca, olhar no céu azul as nuvens brancas que pairam, deslumbrantes, inchadas de sol; ouvir o vento que soa lá em cima, entre os castanheiros, do bosque com um fragor de mar.

Nuvens e vento.

O que disse? Ai de mim, ai de mim. Nuvens? Vento? E não lhe parece que é tudo, olhar e reconhecer que aquilo que paira no azul interminável e vazio são nuvens? A nuvem sabe porventura que existe? Nem a árvore nem a pedra, que se ignoram até a si mesmas, sabem que a nuvem existe; e estão sós."

Luigi Pirandello

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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Só a poesia, através da sua arte, te poderá dar alguma resposta sobre "a consciência de ser"...mas nunca terás certezas, porque a vida é ela em si mutável, incerta!

6/3/06 00:56  
Blogger lebredoarrozal said...

:)

7/3/06 00:05  

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