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segunda-feira, setembro 12, 2005

quando a noite toca os teus pulsos
rebentam em ternura as açucenas
e o mais das flores se inclina
para o peito, o ventre, o calor
desta vida que brilha ao sul.

dá-me a tua mão, dizes,
quero ter contigo o relâmpago
que incendeia na terra os cereais
e no coração desperta as romãs.

procuro árvores, pé ante pé.
na sombra da tua palavra
busco o derradeiro acordar das estrelas
e demoro-me em silêncio
na interrogação dos planetas.

e quando a noite toca os teus pulsos
dá-se em mim uma vida maior
e das janelas apago os olhares
para ficar a sós contigo
no suspiro da terra que nos inventa.

Vasco Gato


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