xli. [fim de amor]
tiveste um nome e era o meu
porque partiste tão cedo
palavra tão palavra
que para designar-te nada
nenhum deus te era linguagem
nenhum silêncio te gritava
e o meu corpo não chegava
para a vida me caber inteira
porque partiste ácida e vazia
como veneno como sangue
porque partiste como água
morta que só não corre mais
e o que fazer deste mundo
que assenta no morto que sou eu
tiveste o nome e eu era-o
como a natureza chama o seu contrário
os pulsos do ruído surdo
rasgam as paredes do tempo
digo o meu nome dentro da cabeça
e nem o eco me pertence
tive o teu nome e era o meu
partiste todas as palavras
partiste em todas as palavras
e os verbos nascem mortos na garganta
as palavras não dizem as palavras
e as palavras pensamentos sem corpo
agarram um horizonte negro
improferivelmente eu
já tive um nome
agora sou apenas eu
pedro sena-lino
tiveste um nome e era o meu
porque partiste tão cedo
palavra tão palavra
que para designar-te nada
nenhum deus te era linguagem
nenhum silêncio te gritava
e o meu corpo não chegava
para a vida me caber inteira
porque partiste ácida e vazia
como veneno como sangue
porque partiste como água
morta que só não corre mais
e o que fazer deste mundo
que assenta no morto que sou eu
tiveste o nome e eu era-o
como a natureza chama o seu contrário
os pulsos do ruído surdo
rasgam as paredes do tempo
digo o meu nome dentro da cabeça
e nem o eco me pertence
tive o teu nome e era o meu
partiste todas as palavras
partiste em todas as palavras
e os verbos nascem mortos na garganta
as palavras não dizem as palavras
e as palavras pensamentos sem corpo
agarram um horizonte negro
improferivelmente eu
já tive um nome
agora sou apenas eu
pedro sena-lino
1 Comments:
ouch!
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