PENUMBRA
Velha penumbra
que sempre foste,
húmida boca de astros volantes
e o barco cego,
sem porto, ou praia, aonde acoste...
Se existes viva,
com nervos ágeis,
e abres das águas o voo largo,
tines cristais
de ventos frágeis, de tectos frágeis.
Podes ser monstro,
podes ser cobra,
ser ovo, ave, língua de fogo,
nome no pó, gládio de jogo
de anjos rebeldes que o sol manobra.
Se vens do Demo,
é nos amigos,
irmãos oblíquos, estátuas escuras,
que me desenhas todos os perigos
e me assinalas as sepulturas.
Na tua esfera
de luz difusa,
vai-se silêncio pelo tempo fora.
Quem se recusa?
Quem chega agora?
Natércia Freire
Velha penumbra
que sempre foste,
húmida boca de astros volantes
e o barco cego,
sem porto, ou praia, aonde acoste...
Se existes viva,
com nervos ágeis,
e abres das águas o voo largo,
tines cristais
de ventos frágeis, de tectos frágeis.
Podes ser monstro,
podes ser cobra,
ser ovo, ave, língua de fogo,
nome no pó, gládio de jogo
de anjos rebeldes que o sol manobra.
Se vens do Demo,
é nos amigos,
irmãos oblíquos, estátuas escuras,
que me desenhas todos os perigos
e me assinalas as sepulturas.
Na tua esfera
de luz difusa,
vai-se silêncio pelo tempo fora.
Quem se recusa?
Quem chega agora?
Natércia Freire
1 Comments:
É bom reler.
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