A mão feliz
Há palavras que têm no poema uma função teatral
como as palavras com que se sai de cena.
É então que a mão pousa a caneta
pensando ser capaz de pegar na chávena
ou regar as plantas
nua.
A mão feliz está rodeada por palavras até à ponta dos dedos.
Sentamo-nos à mesa com elas
o nosso modo de amar depende delas
e os nossos beijos são a língua delirante do poema.
Depois da cena inútil da caneta pousada sobre a mesa
em que a mão sente que sofre um sofrimento
que não é de ninguém
um milagre acende o gesto que se perde na distância
de um "lá" que ninguém olha,
maravilhosa palavra com que saio do poema.
Rosa Alice Branco
Há palavras que têm no poema uma função teatral
como as palavras com que se sai de cena.
É então que a mão pousa a caneta
pensando ser capaz de pegar na chávena
ou regar as plantas
nua.
A mão feliz está rodeada por palavras até à ponta dos dedos.
Sentamo-nos à mesa com elas
o nosso modo de amar depende delas
e os nossos beijos são a língua delirante do poema.
Depois da cena inútil da caneta pousada sobre a mesa
em que a mão sente que sofre um sofrimento
que não é de ninguém
um milagre acende o gesto que se perde na distância
de um "lá" que ninguém olha,
maravilhosa palavra com que saio do poema.
Rosa Alice Branco
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