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quarta-feira, maio 30, 2012

terça-feira, maio 29, 2012

tu não vês que o que eu digo são apenas palavras

não sou mais que o teu eco
falei tanta coisa que me esvaziei

com os lábios língua e dentes

comia palavras
como se elas fossem motivo de fome



Maria Sousa


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sexta-feira, maio 25, 2012

Pior que o esquecimento era a suspeita
de que o inverno em mim amarelecera

toda a razão de ser da primavera.




David Mourão-Ferreira



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terça-feira, maio 22, 2012

As mãos são de qualquer corpo a coroa.




Luís Miguel Nava




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quinta-feira, maio 17, 2012

as outras vestem vestidos novos para ir à festa
eu guardo o vestido que ainda tem o cheiro do meu amante.





A Voz Secreta das Mulheres Afegãs
Sayd Bahodine Majrouh




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quinta-feira, maio 10, 2012

terça-feira, maio 08, 2012

A linha do universo



Tudo cai, em constante proporção directa
à neve que se acumula no fundo;
Os Oceanos transbordaram, claros
Farinha para bolos e Tortas
De mel; As minhas abelhas
Vestem o pijama e dizem
Boa Noite - Até amanhã
Tenho medo porque o tempo existe;
Ás vezes por ser inventado, outras
Porque tudo cai - Até a Chuva

E palavras num poema
Cantado pela manhã turbulenta

Estou com dificuldades a acordar
Mas não receio a cidade a ruir,
Vamos brincar para os escombros.
Por baixo das pedras vive
Uma mulher que pintou a vagina de negro:
Está de luto pela Globalização
- Já ninguém deseja comer mais
Deste Pão, que Ronald Mcdonald
Distribui pelos fieis.

Tudo cai, amor,
Vamos cair também - De cabeça
Acordaremos assentes no fim do Universo.




Lígia Reyes
 A Sul de Nenhum Norte

quarta-feira, maio 02, 2012

um dos meus poemas na antologia  Poezijos Signalai / Sinais de Poesia
(poemas em lituano e português)




žinau mintinai savo aplinką
tie patys gestai ta pati lova tas pat miegamasis

žinai ką galiu tau duot?
jei norėčiau paliesti tave nuo kur turėčiau pradėt ir kur pradėt?

aš išsvaidyta ant inventoriaus
palikta kaip papuola

visa tai tik todėl kad tavęs nėra
neverksmingoje kalboje
o blogiau ir už tai
užsimiršti kad akys tuščios




maria sousa


O poema em português

terça-feira, maio 01, 2012

As mãos.
Essa região desconhecida que nos aproxima e afasta ao mesmo tempo.

Perco-me na penumbra do que queria ter gritado e não pude.

O desejo resgata-nos do abismo,
mas também se ergue o que no admite consolo.

Palavras como pássaros na solidão do ar.





Lucía Estrada




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mais na "a sul de nenhum norte" - aqui