quinta-feira, novembro 29, 2007
segunda-feira, novembro 26, 2007
Um minuto sobre o lado
esquerdo.
Um minuto sobre o lado
direito.
Um pouco de costas,
um segundo sobre o ventre.
Dou voltas no vazio.
Frio nos meus sonhos,
frio na minha cama.
Os ladrões de sono saquearam a minha noite,
um deles
teve pena de mim
e deixou-me a manhã
na mesa-de-cabeceira.
Maram-Al-Masri
esquerdo.
Um minuto sobre o lado
direito.
Um pouco de costas,
um segundo sobre o ventre.
Dou voltas no vazio.
Frio nos meus sonhos,
frio na minha cama.
Os ladrões de sono saquearam a minha noite,
um deles
teve pena de mim
e deixou-me a manhã
na mesa-de-cabeceira.
Maram-Al-Masri
domingo, novembro 25, 2007
Etiquetas: Os vídeos do planeta lebre
sexta-feira, novembro 23, 2007
quinta-feira, novembro 22, 2007
quarta-feira, novembro 21, 2007
Todos os gestos do meu corpo e voz para fazer de mim a oferenda, o ramo que o vento abandona no umbral.
Alejandra Pizarnik
Alejandra Pizarnik
Etiquetas: tradução caseira da lebre
terça-feira, novembro 20, 2007
sábado, novembro 17, 2007
quinta-feira, novembro 15, 2007
terça-feira, novembro 13, 2007
À infância só se chega partindo de muito longe. A infância é aí, onde partes, não onde chegas. Olha para trás. Que vês? Nada. A memória é a única coisa que verdadeiramente te pertence, mas lembras-te de um estranho. Como poderias, há muitos anos, saber que eras apenas a lembrança de um estranho:
tu?
Lembras-te do carrinho de pau? Lembras-te do poço? O que havia debaixo da cama? O que estava escondido atrás dos cortinados?
Palavras é tudo o que tens. O carrinho de pau: palavras. O cão: palavras. O medo: palavras. Alguma vez tiveste outra coisa?
Manuel António Pina
tu?
Lembras-te do carrinho de pau? Lembras-te do poço? O que havia debaixo da cama? O que estava escondido atrás dos cortinados?
Palavras é tudo o que tens. O carrinho de pau: palavras. O cão: palavras. O medo: palavras. Alguma vez tiveste outra coisa?
Manuel António Pina
sábado, novembro 10, 2007
sexta-feira, novembro 09, 2007
depois de te dizer que a melancolia já não se usa
fumo um cigarro e invento um abandono
foram várias as vezes que escolhi a tua presença
para que o que escrevo tivesse corpo
(escrevo) gestos num livro de quedas
por entre a paisagem doméstica
cheia de vazios regresso ao sono
onde deixei os pássaros
Maria Sousa
fumo um cigarro e invento um abandono
foram várias as vezes que escolhi a tua presença
para que o que escrevo tivesse corpo
(escrevo) gestos num livro de quedas
por entre a paisagem doméstica
cheia de vazios regresso ao sono
onde deixei os pássaros
Maria Sousa
quinta-feira, novembro 08, 2007
Gostava de estar sempre ao pé de ti
mas nunca estou mais perto do que quero
do que longe de ti quando a ti te desejo.
De dia embrulho-te num vestido escuro
para olhos estranhos me verem.
Quero ser sombra se tu estiveres ausente
tal como tu és sombra ao pé de mim.
desde que te amo estou só completamente.
Ulla Hahn
mas nunca estou mais perto do que quero
do que longe de ti quando a ti te desejo.
De dia embrulho-te num vestido escuro
para olhos estranhos me verem.
Quero ser sombra se tu estiveres ausente
tal como tu és sombra ao pé de mim.
desde que te amo estou só completamente.
Ulla Hahn
segunda-feira, novembro 05, 2007
domingo, novembro 04, 2007
sábado, novembro 03, 2007
sexta-feira, novembro 02, 2007
A pele era o que de mais solitário havia no seu corpo.
Há quem, tendo-a metida
num cofre até às mais fundas raízes,
simule não ter pele, quando
de facto ela não está
senão um pouco atrasada em relação ao coração.
Com ele porém não era assim.
A pele ia imitando o céu como podia.
Pequena, solitária, era uma pele metida
consigo mesma e que servia
de poço, onde além de água ele procurara protecção.
Luís Miguel Nava
Há quem, tendo-a metida
num cofre até às mais fundas raízes,
simule não ter pele, quando
de facto ela não está
senão um pouco atrasada em relação ao coração.
Com ele porém não era assim.
A pele ia imitando o céu como podia.
Pequena, solitária, era uma pele metida
consigo mesma e que servia
de poço, onde além de água ele procurara protecção.
Luís Miguel Nava