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sexta-feira, abril 21, 2017

A solidão é uma doença de pele


De noite assobiam os imãs da destruição.
O mesmo vento que hoje nos arranca pela raiz
cose-nos com fio duplo ao vento de amanhã.
Somos manchas minúsculas sob o os riscos da noite,
A cidade por onde caminhamos é um sapato demasiado apertado.
Um ar sem céu denuncia-nos, veste-nos para a desaparição.
Perdidos para sempre os planos do homem
um a um vão-se fechando todos os poros.
Tornamo-nos impermeáveis na solidão:
dentro da pele não viaja ninguém;
fora da pele ninguém nos vê passar.



Jesús Jiménez Domínguez



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