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segunda-feira, setembro 30, 2013

This little girl has lost her way 
this little girl's not coming home today
quando as ruas ficaram frias
(only the lonely understand)
desenhei mapas na mão
cheia de planos para voltar

mas todos os mapas
acabam em ruas sem casas

perdida na geografia da minha solidão

queria dizer-te que não faço mais
do que me aquecer
this little girl has lost her way
this little girl's not coming home today



Maria sousa
in "mixtape"
editora Do lado esquerdo




 photo laurahenno3.jpg

sábado, setembro 28, 2013

Parabéns
aos meus pais pelos 45 anos de casadosImage hosted by Photobucket.com

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terça-feira, setembro 24, 2013

Às vezes parece que já vivemos tanto.

O sossego
é o único preâmbulo
que o homem conhece
para uma verdade maior.

A minha mãe é de uma geração
que desconhece o morrer que é continuar.

Só são nossas
as coisas que assimilamos:
uma maçã,
um jardim,
uma casa.
Coisas a comporem-se para dentro,
para a memória.

Às vezes não queremos dizer adeus.



Joana Jacinto
in "Mixtape"
  editora Do Lado Esquerdo




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domingo, setembro 22, 2013

(...)
Quem roubou a capacidade de acreditar
nos castelos dos contos de fadas?
O que poderá levantar agora alguém
para dançar ou deixar cair o cabelo infantil
nas correntes? Quem pisa a maçã finalmente saboreada?

(...)



Forugh Farrokzhad




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terça-feira, setembro 10, 2013

Tal como qualquer cidade
também nós escondemos
turvos itinerários, edifícios arruinados,
escuras vielas de rancor ou desejo,
arrabaldes de medo ou parques para o amor,
cantos em penumbra onde ocultar segredos,
praças que nunca visitamos
e aborrecidos museus onde expor lembranças
que não interessam a ninguém.
A nós
também nos habitam cidadãos terríveis:
funcionários do tédio,
mensageiros de moto levando para muito longe
o pequeno embrulho - primoroso e com laço-
dos remorsos.
Viajantes que passam por nós
com as suas malas a caminho de outros corpos
e sobretudo
transeuntes alheios à nossa própria vontade,
incivis e teimosos;
têm nomes ridículos
tal como os sentimentos amor, rancor ou medo
e especulam- como vulgares comerciantes-
com o preço
por metro quadrado do nosso coração.



silvia ugidos



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